Investigação sobre acidente da Jeju Air na Coreia do Sul aponta possível erro dos pilotos e causa revolta entre familiares

Investigação sobre acidente da Jeju Air na Coreia do Sul aponta possível erro dos pilotos e causa revolta entre familiares

Tragédia abala Coreia do Sul: investigação sobre desastre da Jeju Air gera tensão

O maior desastre aéreo visto na Coreia do Sul em décadas, ocorrido em 29 de dezembro de 2023, segue sem respostas definitivas — e cada vez mais polêmico. Um Boeing 737-800 da Jeju Air caiu no aeroporto internacional de Muan, matando 179 pessoas a bordo. O motivo: uma possível série de decisões equivocadas tomadas pela tripulação logo após o choque com pássaros.

O que chama atenção é a suspeita de que, pouco depois do impacto com aves, os pilotos da aeronave desligaram o motor errado. De acordo com os primeiros indícios analisados por especialistas e autoridades de transporte sul-coreanas, o motor com menos danos foi desligado por engano, o que teria deixado o avião praticamente indefeso nos instantes críticos que se seguiram.

Ao tentar um pouso de emergência, a tripulação fez uma aterrissagem de barriga, sem acionar o trem de pouso. O avião ultrapassou o fim da pista, bateu em uma estrutura de concreto e rapidamente pegou fogo, dificultando ainda mais o resgate e aumentando o número de vítimas fatais.

Pressão, dor e pedidos por respostas concretas dos familiares

Pressão, dor e pedidos por respostas concretas dos familiares

Se o desastre em si já era uma ferida aberta, a condução das investigações acirrou ainda mais os ânimos. As famílias das vítimas ficaram furiosas ao verem as primeiras versões oficiais apontarem falha da tripulação antes mesmo da apresentação de provas contundentes. Liderados por Kim Yu-jin, uma das vozes mais fortes entre os parentes, o grupo exigiu explicações detalhadas e transparência: "Não temos ressentimento contra os pilotos, queremos apenas fatos sustentados por evidências claras", disse Kim à imprensa local.

A repercussão foi tamanha que as autoridades do setor aeroportuário cancelaram uma coletiva que divulgaria resultados preliminares sobre os motores do Boeing. Os parentes pediram respeito e cautela, criticando o que eles chamaram de "culpabilização precoce" dos pilotos — ambos falecidos no acidente.

Especialistas como Kwon Bo Hun também entraram na discussão, dizendo que os responsáveis pela apuração foram "desastrados" ao anunciar supostos erros sem mostrar as informações técnicas que embasam tais conclusões. A abordagem, na visão de Kwon, terminou por amplificar a dor das famílias em um momento de vulnerabilidade extrema.

Por outro lado, um ex-funcionário do Ministério dos Transportes da Coreia do Sul ponderou que as análises das caixas-pretas (gravador de voz da cabine e registrador de dados do voo) são fundamentais para se entender a sequência de eventos e confirmar o momento em que cada ação foi tomada pelos profissionais a bordo.

O órgão responsável pelo caso, o Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferroviários, prometeu avançar na apuração técnica e publicar um relatório completo — e, espera-se, transparente — até junho de 2025. Até lá, as dúvidas permanecem: os pilotos tomaram uma decisão fatal enfrentando o inesperado ou há falhas estruturais que ainda precisam vir à tona?

O debate sobre responsabilização, transparência e sensibilidade com as vítimas segue vivo, iluminando o quanto tragédias desse porte desafiam não só protocolos de segurança, mas a própria confiança da sociedade nas instituições que deveriam garantir justiça e clareza em momentos tão dramáticos.

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Eliana Matania Ruggiero

Eliana Matania Ruggiero

Trabalho como jornalista especializada em notícias diárias, com uma paixão por escrever sobre temas que afetam o dia-a-dia no Brasil. Adoro manter o público informado e engajado com os acontecimentos mais recentes.

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