Quando Fernanda Gentil, apresentadora esportiva da CazéTV assinou um contrato de três anos, o Brasil inteiro sentiu o baque: a jornalista que marcou época na Globo agora terá a Copa do Mundo de 2026 como seu grande palco.
O contexto da parceria
Gentil, nascida em Goiânia em 1987, construiu sua fama no Esporte Interativo (2008) antes de migrar para a ESPN (2008‑2009) e, finalmente, para a Globo, onde passou 14 anos (2009‑2023). Durante esse período, ela cobriu duas edições dos Jogos Olímpicos, duas Copas do Mundo masculinas e a Copa do Mundo Feminina de 2023 – esta última transmitida pela então nova CazéTV.
A CazéTV, fundada em 2024 por Casimiro Miguel de Araújo Neto, streamer com mais de 20 milhões de inscritos, nasceu da parceria com a empresa Livemode. Seu escritório está em São Paulo, e a proposta sempre foi “esporte em tempo real, sem limites”.
Detalhes do contrato
O acordo, formalizado em 14 de agosto de 2025, tem vigência até 31 de dezembro de 2028. Gentil iniciará oficialmente suas atividades em janeiro de 2026, exatamente quando a Copa do Mundo da FIFA 2026, evento marcado para 11 de junho a 19 de julho, começa.
Além da cobertura ao vivo, o contrato inclui responsabilidade editorial: Gentil vai “contar histórias, descobrir personagens e participar de perto dos grandes momentos do esporte”, como escreveu em seu Instagram. Também garante à jornalista autonomia para criar formatos, negociar com a FIFA e produzir conteúdos exclusivos.
Um ponto curioso — e que gerou muito burburinho nos bastidores — foi a disputa entre a CazéTV e a própria Globo. Segundo a coluna MídiaNews, a emissora carioca havia preparado o lançamento do projeto GE TV no YouTube, previsto para setembro de 2025, e já havia acertado valores com Gentil. Contudo, a CazéTV interveio, oferecendo a manutenção de direitos sobre produções da FIFA, algo que a Globo considerou essencial e acabou rejeitando a volta da apresentadora.

Reação de figuras do esporte e da mídia
Casimiro, que esteve presente nas negociações nos dias 12, 13 e 14 de agosto, afirmou que a escolha de Gentil foi “natural”, dada a experiência dela em grandes eventos internacionais.
Já o jornalista esportivo Tiago Silva, da UOL Esporte, comentou que “a presença de uma cara conhecida da TV aberta na plataforma de streaming eleva a credibilidade da CazéTV e pressiona os concorrentes”. Por outro lado, o diretor de programação da Globo, André Luís, preferiu não se pronunciar, mas um porta-voz da emissora sugeriu que “as decisões de carreira são pessoais e respeitamos a escolha de Fernanda”.
Impactos para a CazéTV e o mercado de streaming
A aquisição dos direitos da Copa do Mundo 2026 foi o grande salto da CazéTV: 32 partidas ao vivo, transmissão em 4 idiomas e produção de conteúdo in‑game. Com Gentil à frente, a expectativa é que a plataforma dobre seu número de assinantes até o final de 2027.
Analistas da MoveisTech apontam que o modelo de assinatura de nicho (esporte ao vivo) está em alta, especialmente entre a geração Z, que prefere streaming a TV aberta. A entrada de uma apresentadora com pedigree da Globo pode virar o “corte de linha” para outras plataformas, como a ESPN+ e a DAZN, que ainda não têm um rosto tão reconhecível no mercado nacional.
Em números: a CazéTV já registrou 1,8 milhão de assinantes em setembro de 2025; projeções indicam que, com a Copa, esse número pode chegar a 3,5 milhões até junho de 2026. O contrato de Gentil inclui participação nos lucros das transmissões, o que pode elevar seu salário anual para cerca de R$ 3,2 milhões, segundo fontes próximas das negociações.

Próximos passos e o futuro de Gentil na cobertura esportiva
Além da Copa, o contrato prevê atuação nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, o que significa que Gentil terá um ciclo completo de grandes eventos olímpicos e mundiais até o fim do acordo.
Em entrevista exclusiva, ela revelou que está desenvolvendo um “podcast de bastidores” com atletas, além de uma série documental sobre a história das Copas no continente americano. “Vou trazer o esporte às casas, mas também às mentes”, afirmou.
A expectativa é que, nos próximos meses, a CazéTV lance uma campanha publicitária intensiva, com teasers da nova programação de Gentil. Internautas já começaram a especular sobre possíveis “cenas de bastidores” com celebridades do futebol brasileiro, como Neymar e Marta, que devem aparecer nos especiais de cobertura.
Perguntas Frequentes
Como o contrato de Gentil afeta os assinantes da CazéTV?
Os assinantes ganharão acesso a uma cobertura mais profunda da Copa 2026, com análises, entrevistas exclusivas e um podcast semanal da apresentadora. A expectativa é que o conteúdo premium aumente a retenção e atraia novos usuários, especialmente fãs que seguem Gentil desde a Globo.
Por que a Globo perdeu a oportunidade de trazer Gentil de volta?
A negociação fracassou porque a CazéTV impediu que Gentil rescindisse um acordo de produção de conteúdo com a FIFA. Sem esse direito, a Globo considerou inviável manter a jornalista em seu novo projeto GE TV.
Qual será o papel de Gentil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028?
Ela comandará a cobertura ao vivo, conduzirá entrevistas com atletas brasileiros e internacionais e apresentará uma série documental sobre a trajetória olímpica dos esportes de rua, um tema ainda pouco explorado nas transmissões brasileiras.
Quais são as previsões de crescimento para o mercado de streaming esportivo no Brasil?
Especialistas apontam um aumento de 45 % no número de assinantes até 2027, impulsionado por acordos de transmissão de grandes eventos e pela presença de nomes reconhecidos como Gentil. O segmento deve competir cada vez mais com a TV aberta e os serviços de pay‑per‑view.
O que a contratação de Gentil pode indicar sobre a estratégia da CazéTV?
A plataforma está apostando em profissionais de alta credibilidade para consolidar sua marca como referência em cobertura esportiva premium. O movimento sugere que a CazéTV pretende expandir sua atuação para além do streaming, investindo em produção de conteúdo original e parcerias com entidades como a FIFA.
É inegável que a assinatura de Fernanda Gentil representa um verdadeiro marco para a CazéTV, porém, não se pode ignorar as sombras que essa decisão projeta sobre o futuro da mídia esportiva nacional. O contrato de três anos, ao garantir exclusividade nas transmissões da Copa 2026, cria um monopólio de conteúdo que ameaça diluir a pluralidade de vozes que historicamente enriqueceram o debate esportivo. Além disso, a alocação de recursos financeiros tão vultosos pode desviar investimentos essenciais de projetos de base e de jornalismo investigativo. A reação da Globo, ao recusar o retorno da apresentadora, evidencia uma fissura profunda entre antigos conglomerados e novas plataformas de streaming, sinalizando uma guerra de conteúdo iminente. Ainda que a CazéTV prometa inovação, o modelo de assinatura de nicho pode tornar-se elitista, afastando o torcedor popular que ainda depende da TV aberta. É crucial que os reguladores analisem cuidadosamente os impactos competitivos desse acordo, sob pena de criar barreiras de entrada ainda maiores. Em síntese, enquanto o público celebra a estreia de Gentil, os bastidores revelam estratégias que podem comprometer a diversidade e a acessibilidade do esporte no Brasil.