Quando Lucas Martins, repórter da Band, empurrou a colega Grace Abdou da Record TV ao vivo em 1 de julho de 2025, o caso rapidamente se transformou em um debate sobre limites éticos no jornalismo brasileiro.
Contexto do incidente
O episódio ocorreu durante a cobertura de um acidente em São Paulo, quando a câmera da Record transmitia ao vivo da cena. Reinaldo Gottino, apresentador da emissora, interrompeu a reportagem ao testemunhar a ação e declarou que "um dia lamentável para o jornalismo".
Lucas, que acumula quase duas décadas de carreira na Band, teria puxado o braço de Grace em um momento de tensão. Segundo testemunhas, o repórter tentou se afastar de um microfone que estava incomodando, mas acabou usando força física.
Reações imediatas
A Record TV divulgou nota oficial condenando a agressão ao vivo e informou que o boletim de ocorrência já foi registrado. A emissora ainda prometeu que "medidas judiciais cabíveis serão tomadas" e que a jornalista está "indo à polícia neste instante".
Do lado da Band, a diretoria emitiu comunicado ressaltando seu compromisso com o respeito mútuo. O texto destacou que Lucas "não tem antecedentes de conduta semelhante" e que "foi advertido e já se retratou publicamente".
Logo após, o próprio Lucas voltou ao ar e pediu desculpas, qualificando a atitude como "inaceitável". Em entrevista ao programa Brasil Urgente, ele afirmou que agiu impulsivamente e que jamais pretendia desrespeitar colegas.
Defesas e críticas no meio jornalístico
O apoio mais inesperado veio de Rosana Saad, acionista da Band e esposa de Ricardo Saad, um dos herdeiros do Grupo Bandeirantes. Em post nas redes sociais, Rosana descreveu Lucas como "príncipe" e pediu compreensão, argumentando que "mais de 20 anos trabalhando ao vivo no estresse" justificam um momento de falha.
Já Joel Datena, também da Band, defendeu o colega, chamando‑o de "um dos mais educados em todos os sentidos". Por outro lado, Renato Lombardi, comentarista independente, criticou veementemente a conduta, afirmando que "nunca vi nada assim entre jornalistas".

Impacto no jornalismo brasileiro
Especialistas em comunicação apontam que o caso reflete uma pressão crescente sobre profissionais que lidam com transmissões ao vivo. A jornalista e professor da USP, Ana Lúcia Silva, destaca que "o ritmo acelerado das coberturas pode gerar respostas emocionais inesperadas, mas a ética deve permanecer inabalável".
Além do debate interno, órgãos de imprensa como a Associação Brasileira de Jornalismo (ABJ) anunciaram que abrirão um comitê para analisar protocolos de conduta em transmissões ao vivo, visando prevenir incidentes semelhantes.
O que vem a seguir?
Até o momento, a Band mantém Lucas em sua equipe, mas indicou que o caso será revisado internamente. A Record, por sua vez, aguarda o andamento da investigação policial e prometeu continuar acompanhando o caso nos tribunais.
Observadores políticos sugerem que o episódio pode influenciar discussões sobre legislação de assédio no ambiente de trabalho, especialmente em setores de mídia onde o estresse é frequente.
Perguntas Frequentes
Qual foi a reação da Band ao incidente?
A Band emitiu comunicado oficial reafirmando seu compromisso com o respeito mútuo, destacou que Lucas Martins não possui histórico de conduta semelhante e informou que ele foi advertido e já se retratou publicamente. A emissora ainda se colocou à disposição da jornalista agredida.
Quais medidas a Record TV anunciou?
A Record TV registrou boletim de ocorrência, condenou veementemente a agressão ao vivo e informou que tomará as "medidas judiciais cabíveis". A emissora também informou que a repórter Grace Abdou está indo à polícia.
O que especialistas dizem sobre a pressão nas transmissões ao vivo?
Especialistas apontam que o ritmo acelerado das coberturas ao vivo pode gerar respostas emocionais inesperadas, mas enfatizam que a ética profissional deve ser mantida. Recomenda‑se treinamento específico para lidar com situações de estresse.
Como a opinião pública reagiu ao caso?
A opinião pública se dividiu: parte dos espectadores defendeu Lucas, citando sua longa trajetória, enquanto outros condenaram a agressão e pediram punições mais severas. As redes sociais ficaram repletas de debates sobre respeito entre colegas de imprensa.
Existe risco de mudança legislativa após o incidente?
Analistas políticos sugerem que o caso pode acelerar discussões sobre legislação de assédio no ambiente de trabalho, especialmente em setores que exigem alta pressão, como o jornalismo ao vivo. Projetos de lei já circulam no Congresso.
É fundamental considerar que a ética profissional deve prevalecer mesmo sob intensa pressão. A conduta de Lucas Martins ilustra como o estresse pode levar a lapsos graves, mas a resposta institucional da Band demonstra comprometimento com a integridade jornalística. Espera‑se que medidas corretivas sejam adotadas e que o caso sirva de alerta para todos os profissionais.