Alan Patrick exige mudança no Inter após derrota por 3 a 1 para o Mirassol

Alan Patrick exige mudança no Inter após derrota por 3 a 1 para o Mirassol

O Sport Club Internacional vive seu momento mais crítico na temporada 2025. Derrotado por 3 a 1 pelo Mirassol Futebol Clube na noite de quarta-feira, 15 de outubro, no Estádio Municipal José Maria de Campos Maia, em Mirassol, São Paulo, o time colorado viu seu sonho de classificação para a Libertadores desmoronar diante de uma atuação desastrosa. O capitão Alan Patrick dos Santos Silva, de 33 anos, não poupou palavras na zona mista: "Fizemos um jogo abaixo. Não pode haver uma diferença tão grande de uma partida para a outra". A frase ecoou como um alerta dentro do clube — e fora dele.

Do topo ao fundo: a queda do Inter

Há apenas dez dias, o Inter vencia o Botafogo por 2 a 0 no Beira-Rio, com entusiasmo e organização. Agora, em pleno estádio do Mirassol, o time parecia desorientado. O primeiro gol saiu aos 25 minutos do primeiro tempo, após escanteio mal defendido pelo goleiro Anthoni Gabriel Schneider. A bola, cobrada por Daniel Borges, foi espalmada para dentro da rede — um erro que deveria ser raro em times com ambições de título. O segundo, aos 5 minutos do segundo tempo, foi fruto de um erro coletivo: o lateral Urzi deixou Reinaldo livre, e o atacante aproveitou. O terceiro, aos 10 minutos, veio de um chute de longa distância de Negueba, com Anthoni completamente fora de posição. Só aos 23 minutos, Bruno Henrique marcou o gol de honra, após rebote de cobrança de falta de Alan Patrick. O gol de Ricardo Mathias, anulado por impedimento, foi apenas um esboço de reação que nunca se concretizou.

Um técnico sob pressão

A derrota foi a primeira de Ramón Díaz, de 65 anos, à frente do Inter. O treinador argentino, que assumiu em setembro após a demissão de Abel Braga, tentou manter a estrutura 4-2-3-1 com Alan Patrick como falso centroavante — mas a equipe perdeu equilíbrio. A dupla de volantes, Bruno Henrique e Thiago Maia, não conseguiu cobrir os espaços deixados pelos laterais. Fabrício Fontes Bernabei e Agustín Urzi, por sua vez, pareciam perdidos em campo, vulneráveis em cada saída de bola. E o goleiro Anthoni, que substituiu o lesionado Daniel Fuzato, tornou-se o símbolo da crise: errou nos três gols sofridos. Nada que um treinador experiente não pudesse corrigir — mas o tempo está se esgotando.

Crise de identidade e confiança

Crise de identidade e confiança

O Inter, que chegou a estar entre os seis primeiros antes da pausa da Fifa em setembro, agora está na 14ª posição, com apenas 38 pontos em 28 jogos. Três derrotas seguidas. Três partidas em que a equipe perdeu a identidade. O que antes era um time com movimento, pressão e coragem, agora parece cansado, sem rumo. "Temos que ter humildade para trabalhar mais e dar mais", disse Alan Patrick. E ele tem razão. Mas humildade sozinha não vence jogos. É preciso reestruturação. É preciso coragem para mudar. E isso não é só tática — é psicológico.

Reunião emergencial e o desafio contra o Recife

Na manhã de sexta-feira, 17 de outubro, a diretoria do Inter, liderada pelo presidente Marcelo Méndez, de 52 anos, realizou reunião emergencial para avaliar o rumo da temporada. A saída de Abel Braga já havia gerado incerteza. Agora, a pressão sobre Díaz cresce. Fontes próximas ao clube indicam que o retorno de Daniel Fuzato entre os postes e a estreia de Yuri Alberto Monteiro da Silva, que cumpriu suspensão contra o Mirassol, são as primeiras mudanças esperadas. Mas será que isso basta? O próximo jogo, contra o Sport Club do Recife, lanterna da competição com apenas 19 pontos, é uma oportunidade de recuperação — e também uma armadilha. Perder para o Recife em casa seria o fim da linha.

Por que isso importa?

Por que isso importa?

O Inter não é só um clube. É uma instituição. Um símbolo da identidade gaúcha. Quando o time joga mal, o estado inteiro sente. A torcida, que lotou o Beira-Rio nas primeiras rodadas, agora olha com desconfiança. A imprensa, que antes elogiava a renovação do elenco, agora pergunta: será que o Inter está perdendo a alma? O futebol não é só resultado — é emoção. E quando a emoção some, o que sobra?

Frequently Asked Questions

Por que Alan Patrick está tão duro com o time?

Alan Patrick é capitão e líder natural do grupo. Ele já passou por grandes clubes como Santos, Zenit e Shakhtar Donetsk, e sabe o que significa ter padrões altos. Sua crítica não é apenas técnica — é de liderança. Ele vê que o time perdeu o foco e não quer que a torcida, nem o clube, se acostumem com esse nível de jogo. É um apelo por respeito à história do Inter.

O que levou à crise defensiva do Inter?

A principal falha foi a falta de coesão entre a defesa e o meio-campo. Os laterais não têm apoio, e os volantes não conseguem recuperar a bola. Anthoni, em sua estreia como titular, foi exposto por erros de posicionamento, mas o problema é coletivo. O sistema 4-2-3-1 exige disciplina tática, e o Inter não a tem mais. A pressão do adversário foi bem explorada, e o time não reagiu.

O Inter ainda tem chances de classificação para a Libertadores?

Matematicamente, ainda há chance — mas é remota. O Inter precisa vencer os próximos cinco jogos e contar com resultados favoráveis. A 14ª posição é insustentável para um clube com a tradição do Inter. A realidade é que, se não reagirem contra o Recife, a luta será apenas para evitar o rebaixamento. A temporada pode se tornar um fracasso completo.

O que pode mudar no próximo jogo contra o Recife?

A expectativa é que Díaz retorne com Daniel Fuzato no gol, trazendo segurança. Yuri Alberto deve voltar ao ataque, substituindo o pouco eficaz Alan Patrick como falso centroavante. A formação pode mudar para 4-4-2, com mais equilíbrio. Mas o mais importante é a atitude: o time precisa jogar com paixão, não medo. O Beira-Rio deve estar lotado — e a torcida vai exigir mais do que um jogo, vai exigir alma.

Há risco de demissão de Ramón Díaz?

O presidente Marcelo Méndez ainda demonstra confiança, mas o clube não tem mais espaço para erros. Se o Inter perder para o Recife, a pressão será insuportável. A diretoria já avaliou nomes como Fernando Diniz e Paulo Autuori como possíveis substitutos. Mas a decisão não será só técnica — será política. O Inter não pode mais correr riscos com o futuro.

Como a torcida está reagindo?

A reação é mista. Muitos torcedores ainda apoiam Díaz, lembrando que ele está em fase de adaptação. Mas nas redes sociais, o #ForaDíaz já está entre os trending topics no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, grupos de torcida organizaram atos de protesto silencioso: bandeiras viradas, silêncio nos primeiros minutos do próximo jogo. A paixão não se foi — só está doendo.

Postagem reletada

Eliana Matania Ruggiero

Eliana Matania Ruggiero

Trabalho como jornalista especializada em notícias diárias, com uma paixão por escrever sobre temas que afetam o dia-a-dia no Brasil. Adoro manter o público informado e engajado com os acontecimentos mais recentes.

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