Conforme os boletins do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e de serviços privados, a onda de calor que se forma no interior do país deve alcançar o pico nos próximos três dias, coincidindo com o fim da estação fria. Em cidades como Cuiabá (MT) e Palmas (TO), as máximas podem ultrapassar os 35 °C, enquanto a umidade relativa do ar despencará para valores inferiores a 20 % nas regiões mais secas.
Previsões e áreas mais vulneráveis
Os modelos climáticos indicam que a temperatura média no período será cerca de 5 °C acima do normal. Em São Paulo, onde a temperatura média de verão subiu quatro graus nas últimas quatro décadas, os termômetros podem marcar dias com máximas próximas dos 30 °C, o que, segundo o meteorologista César Soares, da Climatempo TV, transforma a capital em "uma cidade quase tropical".
Além da capital, os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e parte do Nordeste, incluindo regiões do interior da Bahia e do Piauí, entrarão na zona de risco. Nas áreas costeiras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, ventos de até 70 km/h podem acompanhar a queda de pressão que traz chuvas moderadas a fortes, criando um contraste climático marcante entre o Sul úmido e o Centro-Oeste escaldado.

Impactos econômicos e respostas da sociedade
Os efeitos desse calor extremo vão além do desconforto térmico. Uma pesquisa da Câmara de Comércio do Estado de São Paulo revelou que quase 50 % das empresas locais tiveram seus lucros afetados por eventos climáticos no último ano. Inundações, quedas de energia e interrupções na cadeia de suprimentos foram citadas como principais causas de prejuízo, enquanto o calor intenso aumentou a demanda por refrigeração e elevou os custos operacionais.
Para mitigar os impactos, a prefeitura de São Paulo tem investido em políticas de adaptação urbana. Em três anos, a cobertura vegetal da cidade cresceu de 15 % para 26 %, com a implantação de corredores verdes, ciclovias arborizadas e a revitalização de parques. Essa estratégia visa reduzir o efeito de ilhas de calor e melhorar a qualidade do ar.
- Ampliação de áreas verdes em bairros vulneráveis;
- Instalação de sistemas de alerta de tempestades, que já foram acionados 14 vezes nos últimos meses;
- Programas de incentivo à redução de consumo energético em empresas e residências;
- Parcerias com universidades para monitoramento climático em tempo real.
Outras capitais, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, também estão revisando seus planos de ação. O foco tem sido ampliar a resiliência das infraestruturas de água e energia, além de criar campanhas de conscientização sobre a importância da hidratação e do uso racional de recursos durante ondas de calor.
Especialistas alertam que a frequência e a intensidade desses episódios tendem a crescer, um reflexo direto das alterações climáticas globais. Enquanto o país lida simultaneamente com períodos de seca prolongada e eventos de chuvas intensas, a capacidade de adaptação das cidades e dos setores produtivos será decisiva para minimizar perdas financeiras e garantir a qualidade de vida da população.
Comentários
Postar Comentário